A CPI das Bets ouviu Virginia Fonseca, influenciadora que afirmou não se arrepender de divulgar apostas online, negou a existência da ‘cláusula da desgraça’ em seus contratos e destacou que sempre alertou seguidores sobre os riscos das apostas, utilizando seu direito ao silêncio em perguntas que possam incriminá-la.
Você já parou para pensar no impacto que influenciadores digitais têm nas apostas online? Na cpi das bets, virginia fonseca enfrentou perguntas difíceis sobre suas campanhas publicitárias e os dilemas que envolvem o tema. O que será que ela revelou?
o papel de virginia fonseca na promoção das apostas online
Virginia Fonseca tem sido uma das figuras mais influentes na divulgação de casas de apostas online no Brasil, utilizando suas redes sociais para promover plataformas como a Blaze e a Esportes da Sorte. Com mais de 50 milhões de seguidores, sua voz alcança um público enorme, especialmente entre jovens e pessoas vulneráveis ao jogo.
Durante seu depoimento à CPI das Bets, ela destacou que sempre procurou seguir as normas e alertar seus seguidores sobre os riscos envolvidos nas apostas, reforçando a importância do jogo responsável e a proibição para menores de idade.
“Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar. E para jogar com responsabilidade”, afirmou Virginia.
Além disso, Virginia negou que seus contratos incluíssem cláusulas que vinculassem seus ganhos às perdas dos apostadores, um ponto polêmico conhecido como “cláusula da desgraça”. Sua atuação reflete uma estratégia comum no marketing digital, onde influenciadores utilizam sua popularidade para alavancar o interesse por serviços de apostas, sob o desafio constante de equilibrar promoção e responsabilidade social.
a defesa da influenciadora sobre os riscos das bets
Durante seu depoimento na CPI das Bets, Virginia Fonseca ressaltou sua preocupação em informar os seguidores sobre os riscos das apostas esportivas. Ela afirmou que sempre deixou claro em suas publicações que as apostas são um jogo em que é possível ganhar ou perder.
Virginia destacou a importância do jogo responsável, especialmente para menores de idade, lembrando que essas plataformas são proibidas para quem tem menos de 18 anos. Segundo ela, suas propagandas vinham acompanhadas de alertas sobre os perigos e as consequências do vício.
“Quando eu posto, sempre deixo claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder.”
A influenciadora também mencionou que segue as recomendações do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) para garantir que sua publicidade seja ética e transparente. Ela negou incentivar seus seguidores a apostar com a promessa de ganhos fáceis ou como solução financeira.
os contratos de publicidade e a polêmica cláusula da desgraça
Um dos pontos centrais da CPI das Bets envolve a investigação dos contratos de publicidade firmados entre influenciadores digitais e casas de apostas. No caso de Virginia Fonseca, ela afirmou que seus contratos não possuem a chamada “cláusula da desgraça”, que seria um percentual sobre as perdas dos apostadores.
Segundo a influenciadora, o pagamento que recebia era fixo e poderia ser aumentado somente com base no lucro da empresa, e nunca em função dos prejuízos dos usuários. Ela declarou ainda que nunca recebeu qualquer valor extra além do estipulado inicialmente e que seus contratos seguem cláusulas similares às de outras publicidades que firmou em diferentes setores.
“Meu contrato não tem nada de anormal e não envolvia ganhos atrelados às perdas dos seguidores”, destacou Virginia durante o depoimento.
Esse tema gera intensa discussão, pois a cláusula da desgraça é vista como uma prática problemática, que associa o ganho dos influenciadores ao efeito negativo direto sobre apostadores, configurando possível conflito ético e dano social.
direito ao silêncio e os limites do depoimento de virginia
Virginia Fonseca fez uso do direito ao silêncio durante seu depoimento à CPI das Bets, especialmente em perguntas que pudessem incriminá-la diretamente. Essa garantia, prevista pelo Supremo Tribunal Federal (STF), protege a influenciadora de responder questões que possam comprometer sua integridade legal.
No entanto, a decisão do ministro Gilmar Mendes determina que Virginia deve responder sobre fatos relacionados a outras pessoas investigadas, desde que não envolvam risco de auto-incriminação. Assim, embora ela tenha se reservado em alguns momentos, não pode faltar com a verdade.
“Eu estou aqui para colaborar, mas também para resguardar meus direitos conforme a lei”, afirmou Virginia.
Esse uso estratégico do direito ao silêncio evidencia os limites do depoimento, mostrando equilíbrio entre transparência e proteção legal, em um cenário de alta pressão midiática e judicial.
impressões e reações durante a sessão no senado
Durante a sessão da CPI das Bets no Senado, as reações foram variadas e intensas. Alguns senadores demonstraram apoio a Virginia Fonseca, reconhecendo sua influência e destacando seu papel na promoção digital, enquanto outros criticaram veementemente a atuação da influenciadora no setor de apostas.
Um momento marcante foi quando o senador Cleitinho se declarou contra o fim das apostas, mas pediu uma foto com Virginia, gerando um clima descontraído e um pouco tenso na comissão, que foi rapidamente controlado pelo presidente da CPI, Dr. Hiran.
“Nada deve virar um circo, mas estamos aqui para esclarecer e proteger os direitos de todos”, pontuou o presidente da CPI.
Virginia, por sua vez, manteve-se firme e grata pela oportunidade, ressaltando seu compromisso em colaborar com a investigação e esclarecer dúvidas sobre sua participação e contratos.
A participação de Virginia Fonseca na CPI das Bets revelou o complexo papel dos influenciadores digitais na promoção do mercado de apostas online. Com um depoimento que equilibrou defesa pessoal e compromisso com a verdade, ela trouxe à tona questões importantes sobre ética, contratos e responsabilidade social.
O debate no Senado evidencia a necessidade de regulamentação e de maior transparência nesse setor, a fim de proteger os consumidores e evitar prejuízos à saúde pública. Independentemente das conclusões da CPI, fica claro que a influência digital carrega grande peso e precisa ser exercida com consciência.
Assim, acompanhar e entender esses processos é fundamental para todos que acompanham o cenário político e digital do país.